Morte de Bebês na visão Espírita


Queridos amigos, bom dia.

Recebemos através do nosso formulário "Entre em contato" uma mensagem de uma amiga que nos pergunta:
"...Meu bebê...nasceu com 35 semanas ... e acabou falecendo ... por diversas complicações, fiz o enterro dele tive momentos de muita angustia e dor,mas procurei fazer uma despedida bonita para ele. Agradeci por ter me escolhido por ser sua mãe, coisas maravilhosas sobre sua luta pela vida. Não posso mais ter filhos, gostaria de saber como encontra-se o espírito do meu filho sendo que ele passou 15 dias em uma uti e sofreu bastante. Eu fiquei todo tempo ao seu lado e quando estava deixando seu corpo físico falei somente coisas bonitas sobre ele,como ele está? Tenho como me comunicar com ele? Como está sua alma?..."

Segue abaixo a resposta enviada a esta amiga:
"Querida irmã, boa tarde.


Sentimos muito sua dor pelo afastamento do filho querido, e ao mesmo tempo ficamos mais tranquilos em perceber serenidade nas suas palavras; mostrando já uma compreensão da necessidade que todos temos de "ir" e "vir" às moradas da casa do Pai. Caso desejes, a leitura das questões 197 a 199 e 344 a 360 de O Livro dos espíritos poderão também ser de grande utilidade para tí.

É de nosso conhecimento geral que na lei da vida cada caso é um caso único e especial, portanto não podemos afirmar categoricamente que a situação de teu bebê é esta ou aquela. Entretanto podemos tecer alguns comentários gerais que poderão te auxiliar na compreensão e aceitação deste episódio.

A vida carnal, minha irmã, é aquela do prisioneiro que necessita resgatar suas penas e erros do passado em uma nova existência (ver questões 166 a 171 do LE), muitas vezes necessitando cumprir apenas pequenos espaços de tempo para completar as necessidades de programação ou para deixar no corpo carnal algumas imperfeições físicas/morais que poderiam atrapalhar as suas futuras reencarnações.

Desta forma devemos compreender o papel da mãe e do pai destas crianças, que necessitam vir e sair rapidamente, como espíritos caridosos que concordaram em servir de esteio de amor e carinho para que outros irmãos pudessem cumprir suas necessidades reencarnatórias, mesmo sabendo do sofrimento que adviria de sua despedida; muitas vezes estes pais também tem a necessidade de sentir a dor e o sofrimento para sua própria iluminação e crescimento espiritual.

É importante lembrar que cada um destes espíritos ao deixar o corpo físico, notadamente em estado infantil, não se encontra só nem desamaprado. A providencia divina os concede à guarda de um amigo espiritual que o levará a locais onde possa ser direcionado para o melhor aprendizado para sua próxima encarnação. Assim, temos a certeza que nossos queridos se encontram onde melhor possam estar para seu desenvolvimento.

Muitos destes amigos que deixam o corpo físico não tem ainda consições de entrar em contato direto ou indireto com os pais, por diversos motivos: não conseguem ainda exprimir seus sentimentos, não tem autorização para contactar os familiares, não estão em condições ainda de uma interação mediúnica, entre outros. Mas isto não impede que oremos pelos nossos queridos enviando a eles as melhores energias e preces que possamos, fechando assim o circuito do nosso lado, nos vinculando energeticamente a ele.

Necessário lembrar que estas orações e vibrações devem ser guiadas pelo amor e pela saudade sadia, não pela dor, tristeza ou angustia, as quais apenas prejudicarão o desencarnante.

Sua atitude de conversar com o pequeno bebê e de cuidar amorosamente dele enquanto estava conosco, somente mostra o quanto você estava preparada para este mister; e que nada foi por acaso. O pequeno foi recebido com muito carinho e se despediu cercado de muito amor. isso certamente para seu espírito foi um bálsamo aliviando quaisquer dores que estivesse sentindo.

Devemos encarar os sofrimentos como lições preciosas que, por nosso descuido nos comportamentos passados, precisamos expiar hoje. Por isso não se culpe ou preocupe com o que possa o bebê ter passado enquanto estava aqui - era necessário. Apenas agradeça a Deus pela oportunidade de poder ter auxiliado o mais possível neste processo tão importante para ele e para sua família.

Nosso pequeno amigo, minha irmã, certamente está no local mais apropriado para sua recuperação e desenvolvimento; mas, como disse antes, não podemos nos arriscar a determinar onde, quando ou como. Ore para o seu espírito protetor, ou anjo da guarda, para que durante o sono possa levar você para visitá-lo e assim aliviar um pouco a saudade e a preocupação deste coração de mãe que deseja apenas o bem do filho querido.

Por fim, minha amiga, te ofereço as palavras de Jesus quando na conversa com a chamada "mulher adúltera" pede a ela que ame seus filhos e ela responde: "senhor, não tenho filhos" - "Sei que não tens filhos teus... ama os filhos que não tem mãe; ama as mães que naõ tem filhos; ama aqueles que, como tu, necessitam do amor e do amparo de nosso Pai..." - e te convido, minha irmã, a trabalhar em nome do Cristo no auxílio aos que sofrem tanto ou mais que você. Age assim em lembrança do teu pequeno e, certamente, onde estiver ele estará sorrindo para ti.

Paz contigo."