Traição na visão Espírita - parte 3


Queridos amigos, bom dia.

Recebemos através do nosso formulário "Entre em contato" uma mensagem de uma amiga que nos escreve:
"... Como é vista uma pessoa que leva a vida que eu levo hoje dentro da religião espirita.Sou solteira tenho _____anos, tenho uma filha de _____ anos e saio com um homem casado a quase _____ anos. Tenho amor por ele, ele não tem filhos, não conheço a mulher dele nem por fotos mais eu tenho medo que um dia ela descubra, conheci o ___________ quando trabalhava com ele estava separada do pai da minha filha. Hoje sinto muita falta dele enão consigo pensar em parar de encontra-lo. Sei que estou de certa forma pagando por isso, ele não pode ser pai e sofre muito com isso, ela não quer adotar, sempre que ele quer se separar ela fala em adotar um filho,estou me cansando. quero uma explicação..."

Segue abaixo a resposta que enviei a nossa amiga para apreciação:

"Prezada ______________, bom dia.

É importante, antes de inicar esta resposta, observarmos a proposta de Jesus quando nos fala sobre julgamentos e pontos de vista, em Mateus capítulo 7, versículos de 1 a 5.

"Não Julgueis" - nos diz o mestre - e com isso nos convida a não emitir pareceres ou decisões sobre o nosso próximo, bem como sobre seus atos, comportamentos e escolhas (como tantas vezes nós fazemos sem pensar no erro que estamos cometendo).

"Porque com o juizo que julgardes, sereis julgados" - complementa ele - e nos mostra que nossa consciência, que hoje pode estar adormecida para tais efeitos, um dia acordará e nos cobrará todas as sentenças falsas ou maldosas que tivermos emitido (coisa que fazemos tão comumente no dia a dia) e nesta hora seremos assaltados por toda maledicência que espalhamos em nosso passado.

"Porque vês o cisco no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu?" - pede o Mestre que reflitamos - porque é tão fácil encontrar defeitos nas outras pessoas, medindo-as e acusando-as, e deixar de tentar resolver ou modificar os meus próprios defeitos(dos quais quase sempre me envergonho e tento escondê-los evidenciando os do meu próximo)? Porque não nos esforçamos para utiliza mais a compreensão e menos a acusação?

Assim, minha amiga, você me inicia sua pergunta pedindo que eu explique "como é vista" pelo espiritismo uma pessoa que faz determinada atitude ou toma determinada decisão e eu, dentro de minha opinião pessoal, te digo que o espiritismo não "vê" estes atos menos felizes; como a Doutrina Libertadora de Jesus ele enxerga aquele que efetua estes atos como um espírito em sofrimento e dá a esta pessoa a nova oportunidade de mudar seu íntimo e buscar a felicidade.

O Espiritismo, seguindo o exemplo de Jesus, não condena; ele orienta e alivia o fardo que trazemos todos dentro de nós, nos dando a esperança da renovação em nós mesmos; através dos ensinamentos do Mestre.

Assim, vendo por este ângulo, posso te falar, com base no evangelho de Jesus o seguinte:

1) O Espiritismo não julga ninguém, nem tampouco condena ao afastamento e à sarjeta aquele que está caido ou caindo; ao contrário, orienta que acudamos o irmão que necessita e que amemos incondicionalmente a todos. Os espíritas (e porque não dizer muitos dos cristãos), por outro lado, existem aqueles que, esquecendo as mensagens do Mestre, julgam e condenam seus irmãos de maneira cruel e perversa; fazendo crescer a maledicência e o escândalo. Mas não se preocupe com eles, o Mestre já havia dito que são "sepulcros caiados de branco" que se apresentam limpos por fora, porém sujos por dentro; como também Jesus nos ensina que "o escândalo é necessário, mas ai daquele por quem ele venha".

2) Com base no evangelho de Jesus (entenda que estou dando a minha opinião) que nos exorta a "fazermos ao próximo aquilo que gostaríamos que ele fizesse a nós" e nos lembra que a "cada um será dado de acordo com as suas obras" podemos compreender que sua atitude atual é errada. Uma vez que não devemos construir a nossa felicidade tendo como base a infelicidade dos outros; e nem pode ser correto um relacionamento que se inicia na mentira (mesmo que o sentimento que une as duas partes seja verdadeiro, está inserido em um processo de mentira, compreende?).

3) Eticamente o correto seria que o cidadão, uma vez que não sinta mais amor por sua esposa, terminasse o relacionamento para seguir adiante em outro; e, pelo seu lado, eticamente o correto seria não ter havido a conivência de sua parte com este fato. E, embora eu comprenda que nem sempre é fácil lutar contra nossos instintos, necesidades ou desejos, aprendemos com a doutrina que estamos na terra para tentar sublimar este processo, controlando nossas vontades e não cedendo tanto ao nosso lado carnal, nos tornando assim cada vez mais espiritualizados. Porém não é fácil, eu sei.

4) Não me atrevo a emitir um julgamento do que você ou ele devem ou não fazer; isto compete exclusivamente a vocês. Apenas lembro novamente Jesus quando nos diz que "uma casa edificada na areia" não se sustenta em frente às tempestades. o que posso ainda tentar dizer é que: se você se sente incomodada com a situação,ore bastante ao seu espírito guardião e busque em seu interior a melhor opção para seu caso. Se decidir continuar com ele, tente fazê-lo perceber que estão em situação de erro e mentira e que será melhor se unirem definitivamente para tentar nova vida a dois (porém esteja preparada para as dificuldades que poderão surgir desta decisão); se decidir terminar o relacionamento com ele, tente fazê-lo perceber que não é por falta de sentimento, mas sim por uma questão de fazer a coisa correta e não ter sua consciencia perturbada por sentimentos conflitantes (porém esteja preparada para os impecilhos que poderão surgir desta decisão também).

5) Por fim, minha amiga, posso apenas te dizer que nada acontece por acaso e que, uma vez que se encontraram(ou reencontraram?) nesta encarnação é porque algum motivo existe - seja aprender a viver unidos, ou vencer uma atração do passado, ou ainda passar por momentos de dor íntima por conta de um resgate antigo, etc. Talvez nunca venhamos a saber o real motivo do encontro de vocês; mas, tenha certeza, apenas você pode decidir o que aconrecerá e quais serão os efeitos deste reencontro nas suas próximas reencarnações.

Apenas lembre que, como ensina o apóstolo Pedro, "o Amor cobre uma multidão de pecados" - o que nos leva às palavras do próprio Jesus "muito será perdoado àquele que muito amou " - e ame! trabalhe no bem! doe de sí! faça o melhor que puder por aqueles que necessitam de sua ajuda! Envolva-se no trbalho voluntário, procure oportunidades de crescer como pessoa, como espírita e aos poucos perceberá que seu interior estará mais amadurecido e mais preparado(entenda auxiliado pelos bons amigos espirituais) para observar sua vida e decidir seu caminho com segurança.

Desculpe qualquer comentário menos feliz e perdoe se não respondí da maneira como você desejava.

Paz contigo."